EXÉRCITO SUL-AFRICANO AGUARDA PARA ENTRAR EM CABO DELGADO

quinta-feira, julho 30, 2020


EXÉRCITO SUL-AFRICANO AGUARDA PARA ENTRAR EM CABO DELGADO


O exército sul-africano está a preparar as suas tropas para entrar em Moçambique, apesar de Filipe Nyusi ainda não ter pedido apoio militar a Cyril Ramaphosa.

A base militar de Wallmannsthal, perto de Pretória, está cada vez mais ocupada desde o início de julho. O general Xolani Mankayi ordenou que os soldados de sua 43 Brigada da África do Sul, que formam a unidade de intervenção rápida da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF), iniciassem um programa de treinamento intensivo.
chefe de gabinete do SANDF, Solly Shoke, está ficando cada vez mais preocupada com a auto- proclamada insurreição islâmica que está consumindo Cabo Delgado e quer ter uma unidade pronta para intervir se o presidente Cyril Ramaphosa der ordem para fazê-lo. Até agora, nenhum pedido formal de intervenção militar foi feito pelo chefe de estado de Moçambique, Filipe Nyusi.

Défice de inteligência

O general Mankayi, confiante nas habilidades de seus homens, considera que uma missão de menos de dois meses pode ser suficiente para estabilizar a região, mas o SANDF está com poucas informações sobre o conflito moçambicano. Os poucos membros da Divisão de Inteligência de Defesa presentes em Moçambique foram retirados pouco antes da pandemia de Covid-19 e Moçambique não quer compartilhar sua própria inteligência. Oficiais sul- africanos estão agora recorrendo a empresas privadas de inteligência para descobrir mais sobre a insurreição.
Quem apoia a intervenção?

Embora o envolvimento da África do Sul na crise de Moçambique permaneça hipotético, Shoke vê isso como uma oportunidade para aumentar a alocação do orçamento do SANDF. No seu relatório ao parlamento da África do Sul a 27 de Maio, o presidente da comissão de defesa, Cyril Xaba, expressou preocupação com o declínio da força. Numa descrição desagradável do exército, o MP detalhou as preocupações do parlamento sobre a falta de treinamento das tropas e o decrépito estado de seus veículos.

No eu “lobby” pela intervenção militar em Cabo Delgado, Shoke conta com o apoio da ministra da Defesa Nosiviwe Mapisa-Nqakula e de seu marido Charles Nqakula, que é consultor de segurança nacional de Ramaphosa. Nqakula mantém boas relações com a Frelimo desde que foi embaixador em Maputo, de 2012 a 2016, e o casal está fazendo “lobby” para envolver a África do Sul em Moçambique assim que Pretória receber um pedido oficial. (Africa Intelligence)

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